quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Jorge Gabriel, Apresentador

Entrevista de Cid Ramos
Fotografia de Jorge Henriques

Qual o segredo para o seu sucesso?
Não há segredos. Está muito longe de se tratar de uma ciência oculta. Como já alguém disse, a fórmula é simples: 90% de trabalho e 10% de talento. A sorte é inquantificável, porém tem que constar nesta equação. Só não sei em quanta medida.

O formato da praça da Alegria está esgotado?
Estes programas renovam-se diariamente. A rotina é a nossa principal inimiga. Podemo-nos inebriar com resultados positivos numa semana, para logo nos cinco dias seguintes descermos à terra e percebermos que afinal o programa necessita de adrenalina e novidade constantes. O “Praça” é uma instituição do serviço público. Distingue-se a léguas dos programas da concorrência.

Continua a considerar “O Bar da TV” a sua pior experiência em Televisão?
Sem sombra de dúvida. Fi-lo em condições muito adversas para a SIC. Eu foi o único apresentador que aceitou o desafio proposto pelo Emídio Rangel, sabendo ele o quanto me repugnam estes formatos. À vida privada o que é da vida privada. Expô-la daquela forma é muito perverso e imprevisível. O que ocorreu com alguns dos participantes nestes programas fala por si. A vida do comum dos mortais, onde me incluo, deve ter regras invioláveis. Quem brinca com o fogo acaba por se queimar.

Já foi treinador de futebol, que recordação guarda?
Tive momentos de prazer inolvidáveis que não compensam todos os outros que diariamente lemos nas publicações desportivas e judiciais, dos quais me envergonho profundamente. O futebol português tem que conhecer uma vaga de fundo que o renove. Aliás, não é alheio o futebol a toda a sociedade que não olha aos meios para a obtenção dos fins.

Sente-se triste com o seu Sporting?
Sinto-me triste pela incompetência. Há no Sporting gente capaz que está excluída porque não pertence ao mundo financeiro, aos circuitos de golfe, a por não dispor de apelidos brasonados. Uma lástima.

Confiante numa boa prestação de Portugal no Mundial?
Sou um optimista por natureza. Se os egos forem amestrados, em favor do colectivo acredito piamente num desempenho igual ou melhor que nas últimas participações nas grandes competições. Aliás, gostava de ressalvar a importância de José Mourinho para os sucessos recentes. Lembram-se de uma teimosia no jogo inaugural do Euro 2004 com uma equipa que ignorava o trabalho feito no F.C. Porto. Após tamanho disparate e baseando a estrutura no losango portista chegámos à final. A actual equipa é mais jovem, ambiciosa e é a terceira do ranking mundial.

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