quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mickael Carreira, Cantor

Entrevista de Adelino Sá

Mickael Carreira, filho de um nome consagrado na música ligeira, qual é a sensação de seguir as pisadas do pai?
O que é mais importante é fazermos aquilo que mais gostamos.
Eu acho que quando uma pessoa tenta ir atrás dos passos todos do pai ou da mãe, não creio que seja o caminho mais certo. Eu sempre tive um gosto enorme pela música, mas é claro que o facto de ter sempre a música em casa, ajudou-me ainda mais a despertar o gosto pela própria música.
Não escondo que tenho apenas um ano e meio de carreira, mas já tenho os meus fãs que me acompanham por todo o lado como aqui na Suíça. É uma felicidade enorme dado que transmitem um grande carinho para com a minha pessoa.

O Mickael considera-se essencialmente um cantor romântico?
Não nego que me considero um cantor romântico. Eu confesso que adoro cantar baladas mas também gosto muito de cantar músicas mais mexidas.

E quanto às musicas em si, têm ajuda do pai ou é o próprio Mickael que as compõem?
Não, as músicas são só minhas, aliás neste disco acho que há só duas participações do meu pai em dois temas.
Agora a maioria das músicas são da minha autoria. Eu faço sempre muito gosto que o meu pai colabore com um ou outro tema. Mas, a maioria dos temas são da minha autoria, com a produção do Ricardo Landum.

Quais são as suas perspectivas para o futuro?
Sinceramente, eu espero que tudo corra tão bem como tem corrido até agora. Já me deram tanto este ano e espero que continuem sendo meus fãs durante muito tempo. As perspectivas são de promover o meu trabalho em CD e esperar que as pessoas gostem como gostaram do primeiro.

O Mikael viveu grande parte da sua vida em França?
Sim, vivi 15 anos em França.

Qual é a mensagem que tenta passar através das suas canções com as baladas de amor que canta?
Por acaso fazem-me essa pergunta muitas vezes, se me considero antigo ou não. Eu considero-me um rapaz realista, eu acho que falar de amor ou de emoções não é preciso ter idade, ou seja, o amor e o romantismo não têm obstáculos.
Tenho a certeza que o amor não tem idade e acho ainda que o amor é um tema que diz respeito a qualquer pessoa. Todos já sofreram na vida pelo menos uma vez por amor.

O Mickael já sofreu por amor?
Já, algumas vezes, vamos lá a ver se não sofro mais. Agora eu acho que para se escrever é preciso ter-se já uma certa bagagem, e para mim escrever é muito importante porque escrevo sobre coisas que eu já vivi. Se não fosse assim não as escreveria.
Qualquer compositor ou autor tem a necessidade de escrever sobre aquilo que já viveu ou vive, para poder compor e dar um certo carácter às suas músicas.

Este seu recente trabalho difere muito do primeiro, ou é uma caixinha de surpresas?
Segue a mesma linha do primeiro. No entanto, eu tentei compor um álbum mais maduro, até porque também participei mais na sua produção, com a ajuda de uma distribuidora e de uma produtora. Contudo a linha deste álbum é exactamente a mesma do primeiro.

Qual é a maior importância que o Mickael dá nos espectáculos ao vivo; os cenários, a luz, a montagem, as bailarinas, os músicos?
O que me preocupa mais no concerto é fazer com que o público goste. Acho que o público tem de fazer parte desse concerto e isso é que é importante. Tento fazer isso em todos os concertos, e quanto aos sistemas de vídeos, luz, som, nada disso me preocupa… a minha atenção vai toda para o público que tento sempre agradar. Tenho um Staff à altura de me proporcionar os meios técnicos necessários…

Portanto acha que deve haver uma empatia entre o público e todo o espectáculo?
Exactamente.

Qual é a importância que o Mickael atribui às Rádios?
Eu acho que são muito importantes para dar a conhecer as músicas dos artistas. Confesso-lhe que é pena em Portugal, essa conversa já foi falada não sei quantas vezes, e eu vou ser mais um mas também não quero entrar em polémicas, mas se ouvirmos as rádios de outros países como a Espanha, e a França, que 70 % da música que passa nas rádios são de artistas nacionais. Em Portugal é ao contrário.

Então considera que existe uma grande descriminação das rádios em Portugal?
Eu acho que sim.

E na televisão?
Na televisão já não se sente tanta falta de apoio. Agora confesso-lhe que graças a Deus tudo tem corrido mesmo bem, e não sinto a falta desse apoio, Sei que é uma pena que para certos artistas não haja muito apoio.

Pensa que existem mais valores que devam ser divulgados na música ligeira portuguesa, como é o caso do Mickael?
Eu acho que sim. Portugal tem muitos talentos e acho que há espaço para todos e acho também que o que é importante é fazer as coisas bem feitas e com dignidade. Mas é claro que existe espaço para todos.

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